Para Miranda (2007) Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são “tecnologia computacional ou informática com tecnologia das telecomunicações” (p.43), sendo que nos nossos dias a Word Wide Web (WWW) ocupa um papel muito relevante neste domínio.
A utilização destas tecnologias na educação deve ter como finalidade auxiliar / contribuir para a melhoria das aprendizagens dos alunos, muitos dos quais recorrem actualmente ao uso de diversos artefactos tecnológicos no seu dia a dia, nomeadamente para comunicarem com os seus amigos e para se divertirem. Alguns investigadores consideram estarmos presentes a mudança de uma civilização de “Homo sapiens” para a de “Homo digitalis”. Por conseguinte, a escola terá (mais cedo ou mais tarde) de acompanhar esta alteração da sociedade.
No sentido de: i) aproveitar ao máximo as potencialidades destes artefactos tecnológicos e ii) ajudar os alunos a desenvolver competências que lhes permita serem tecnologicamente letrados é útil olhar para a utilização das TIC na educação de uma forma critica. Estas competências podem ser desenvolvidas desde cedo, iniciando-se logo na educação pré-escolar. São várias as experiências nacionais relatadas na literatura neste nível de educação, como sejam: “O etwinning no jardim-de-infância de Vila Nova da Baronia”[1] e “Interacções entre díades face ao computador[2]”.
Quanto à sua integração no ensino básico Miranda (2007, p.44) refere que a integração das TIC no currículo implica questionarmos quais são os conhecimentos e competências que os alunos deveriam adquirir na escola ao longo da escolaridade e como é que essas competências devem ser organizadas e sequencializadas, bem como se essas competências devem ser inseridas nas disciplinas que fazem parte do currículo ou se é necessário criar outras especificas. Será útil pensar ainda se estas opções são antagónicas ou podem ser usadas em simultâneo. A integração das TIC na educação pressupõe, portanto mudanças na instituição escolar, nomeadamente com o apregoado choque tecnológico, consubstanciado na educação no “Plano Tecnológico para a Educação”. Como projectamos então a escola daqui a 10 anos?
Como poderá ser a escola daqui a 10 anos?
Acredita-se que as TIC irão fazer parte das ferramentas que os professores e alunos utilizarão no futuro nos contextos educativos. Essa utilização irá aumentando progressivamente, mas para que tal aconteça os professores devem ter formação adequada de modo a serem capazes de utilizar as TIC em práticas inovadoras e apelativas, colocando-as ao serviço do processo de ensino e aprendizagem.
Desta forma as TIC permitirá aos alunos construírem conhecimentos e desenvolverem competências. O papel dos professores passará também por fornecer aos alunos as coordenadas para uma navegação eficiente, num oceano imenso, no qual por vezes se sentem à deriva.
Pensando nos alunos com características mais particulares (os alunos com Necessidades Educativas Especiais) julgo pertinente pensar se a utilização progressiva das TIC nos ambientes escolares poderá contribuir para a efectivação de uma Escola Para Todos. Será que ao imaginarmos um cenário possível para os próximos 10 anos pensamos na possibilidade de todas as crianças poderem vir a ter condições para utilizar as tecnologias adequadas às suas necessidades e interesses e que possibilitem o seu acesso à aprendizagem e participação nas actividades escolares e da vida diária?
Espera-se que o sistema educativo no seu plano tecnológico assegure os direitos de todas as crianças a uma educação de qualidade, ajudando-as a serem cidadãos de pleno direito.
Uma das dimensão a considerar para concretizar este objectivo diz respeito à formação dos professores, seja ela contínua ou inicial. Esperamos que daqui a 10 anos a maioria dos profissionais possua competências necessárias para ajudar os seus alunos a usufruir das potencialidades que as tecnologias apresentam em termos educativos.
No domínio da educação de alunos com NEE a especificidade sobre o uso de tecnologias acentua-se, pelo que esperemos que as actuais lacunas possam estar ultrapassadas, na maioria das situações.
Bibliografia
Miranda, G. L. (2007). Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 03, pp.41-50.
[2] CEI Cadernos Educação de Infância, n.º3 Jan / Abril 2006
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