domingo, 9 de novembro de 2008

Mapas Conceptuais

Os mapas conceptuais, ou “redes semânticas” como lhe chama Jonassen, pretendem representar estruturas do conhecimento humano, constituindo representações gráficas de conceitos e as suas inter-relações no espaço. Segundo este autor as redes semânticas são diagramas “constituídos por nós, que representam conceitos, e por linhas rotuladas, que representam as relações entre eles” (2000, pág. 73). As relações entre os conceitos estão ligadas por palavras.
Os mapas conceptuais foram criados por Joseph Novak, sendo apresentados pelo autor como uma “estratégia, método e recurso esquemático” (Magalhães e Del Rio, 2008, pág. 215) e decorrem da teoria da aprendizagem de David Ausubel.
Trabalhar com estas redes implica a: i) identificação de conceitos importantes, ii) arrumação no espaço, iii) identificação das suas relações e iv) indicação da natureza dessas relações semânticas entre os conceitos.
Esta tarefa pode ser efectuada à mão ou desenhada recorrendo a programas específicos, como por exemplo CmapsTools, Nestor, Mindoma, Mapul, etc. os quais permitem uma produção mais rápida e fácil de redes semânticas (após a familiarização com o programa).
Segundo vários autores, estes programas são considerados ferramentas cognitivas porque activam o pensamento crítico do aluno, exigem a organização de ideias relacionadas com o conteúdo em estudo e ampliam, aumentam e melhoram a cognição de quem os realiza. Por conseguinte, a sua construção contribui para aumentar a quantidade de conhecimentos sobre determinado conteúdo e facilitam a aprendizagem significativa.
Jonassen (2000, pág. 74) faz o seu mapa de conceitos sobre o que considera ser “redes semânticas”, o qual se apresenta na figura 1.


Para Magalhães e Del Rio (2008) a construção destas redes semânticas auxiliam a ordenação e “a sequência hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a fornecer estímulos adequados ao aluno” (pág. 214).
O trabalho com redes semântica obriga de alguma maneira os alunos a “analisarem a estrutura subjacente às ideias que estão a estudar” (Jonassen, 2000, pág.74), envolvendo-os numa análise dos seus conhecimentos. As redes semânticas representam o conhecimento estrutural, relacionando o conhecimento declarativo com o procedimental, proporcionam, assim “as bases conceptuais para saber porquê” (ibidem, 76).
O trabalho com esta ferramenta auxilia os alunos a projectarem a sua própria estrutura cognitiva, podendo ser usada no contexto formal de ensino, enquanto ferramenta de aprendizagem (baseado numa perspectiva construtivista), sendo especialmente eficaz na preparação dos alunos para exames, ajudando “os alunos a organizar o seu conhecimento para uma melhor compreensão e retenção” (ibid, 95).
Segundo Magalhães e Del Rio (2008) a sua elaboração enquadra-se no modelo de educação em que o aluno é o centro da actividade pedagógica e não o professor. Mas, para que façam aprendizagem é essencial serem os alunos a construírem os seus mapas e não os docentes. Estes têm de ser significativos para os alunos e não constituírem mais um conteúdo a ser memorizado. Os alunos devem reflectir sobre o que sabem, bem como sobre a sua falta de compreensão desse assunto e das dificuldades em construir um quadro de conhecimento significativo.
Para além dos aspectos já referidos a sua utilização no ensino favorece ainda o desenvolvimento da auto-estima e auto-confiança e melhora as capacidades sociais.
Para construir redes semânticas na sala de aula é importante: i) fazer um plano para o mapa que vão elaborar; ii) identificar os conceitos importantes nessa área de conteúdo; iii) criar e definir os nós; iv) ligar os nós dos conceitos, a qual deve ser precisa e sucinta; v) continuar a expandir a rede e vi) reflectir acerca do processo vivido.

Para concluir de referir que pode usar-se a elaboração de mapas conceptuais na prática pedagógica enquanto "técnica para partilhar significados" (Magalhães e Del Rio, 2008, pág. 217).

Sitio na Internet onde se pode fazer o download de um dos programas que possibilita a realização de mapas de conceitos:

http://cmap.ihmc.us/conceptmap.html

Bibliografia:


  • Jonassen, D. H. (2000). Computadores, Ferramentas Cognitivas – Desenvolver o pensamento crítico nas escolas. Colecção Ciências da Educação. Século XXI. Porto Editora, 23. Lisboa.
  • Magalhães, G. C. e Del Rio, F. (2008). Mapas Conceptuais Online. In: Carvalho, A. A. (org.). “Manual de Ferramentas da Web 2.0 para professores”. Ministério da Educação. Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.

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